terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Brasil estará entre os 20 países com maior geração solar em 2018

MME

Em 2014, houve a primeira contratação de energia solar de geração pública centralizada, e, em 2015, mais dois leilões ocorreram, totalizando 2.653 MW
por Portal BrasilPublicado03/01/2016 08h00Última modificação20/01/2016 17h05
Foto: MECEstudos para o planejamento do setor elétrico em 2050 estimam que 18% dos domicílios no Brasil contarão com geração fotovoltaica
Estudos para o planejamento do setor elétrico em 2050 estimam que 18% dos domicílios no Brasil contarão com geração fotovoltaica
O mundo contabilizou, ao final de 2014, uma potência instalada de geração de energia solar fotovoltaica de 180 Gigawatts (GW), 40,2 GW a mais que em 2013. Os dados constam do boletim “Energia Solar no Brasil e no Mundo – Ano de Referência – 2014”, publicado pelo Ministério de Minas e Energia (MME), e apontam que, em dois anos, o Brasil deverá estar entre os 20 países com maior geração de energia solar no mundo.
Os cinco primeiros países em potência instalada – Alemanha, China, Japão, Itália e EUA –  respondem por 70% do total mundial nessa fonte. Em 2015, a China deverá alcançar o 1º lugar no ranking mundial de potência instalada. De acordo com o boletim, a Grécia tem o maior percentual de geração solar em relação à sua geração total (9,5%), seguida pela Itália (8,6%).
De acordo com dados da Agência Internacional de Energia (IEA), a energia solar poderá responder por cerca de 11% da oferta mundial de energia elétrica em 2050 (5 mil TWh). A área coberta por painéis fotovoltaicos capaz de gerar essa energia é de 8 mil km², o equivalente a um quadrado de 90 km de lado (quase uma vez e meia a área do DF).
Em 2018, o Brasil deverá estar entre os 20 países com maior geração de energia solar, considerando-se a potência já contratada (2,6 GW) e a escala da expansão dos demais países. O Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE 2024) estima que a capacidade instalada de geração solar chegue a 8.300 MW em 2024, sendo 7.000 MW geração descentralizada e 1.300 MW distribuída. A proporção de geração solar deve chegar a 1% do total.
Estudos para o planejamento do setor elétrico em 2050 estimam que 18% dos domicílios no Brasil contarão com geração fotovoltaica (8,6 TWh), ou 13% da demanda total de eletricidade residencial.
Geração centralizada
Em 2014, houve a primeira contratação de energia solar de geração pública centralizada (890 MW). Em 2015, mais dois leilões foram realizados, totalizando 2.653 MW contratados, com início de suprimento em 2017 e 2018. Os leilões foram realizados na modalidade de energia de reserva, com o objetivo de promover o uso da energia solar fotovoltaica no Brasil, além de fomentar a sua indústria.
O potencial brasileiro para energia solar é enorme. O Nordeste apresenta os maiores valores de irradiação solar global, com a maior média e a menor variabilidade anual, dentre todas as regiões geográficas. Os valores máximos de irradiação solar são observados na região central da Bahia e no noroeste de Minas Gerais.
Incentivos
O Ministério de Minas e Energia lançou, no dia 15 de dezembro, o Programa de Geração Distribuída de Energia Elétrica (ProGD). O objetivo é de estimular a geração de energia pelos próprios consumidores (residencial, comercial, industrial e rural) com base em fontes renováveis, em especial a fotovoltaica. Há potencial para a instalação de 23,5 GW até 2030.
Fonte: MME
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segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Google usará energia renovável em operações no mundo todo em 2017

A companhia espera que a compra de energia eólica e solar será suficiente para atender aos centros de processamento de dados e escritórios da empresa

São Paulo – O Google, da Alphabet, está a caminho de contratar energia renovável suficiente para suprir todo seu consumo global de eletricidade no próximo ano, informou a empresa nesta terça-feira.
A companhia espera que a compra de energia eólica e solar será suficiente para atender aos centros de processamento de dados e escritórios da empresa em todo o mundo em 2017.
O Google estipulou uma meta global porque as empresas muito freqüentemente não podem especificar quais tipos de instalações de energia abastecem suas unidades.
Além disso, energias renováveis não estão disponíveis em alguns importantes mercados em que a companhia opera, particularmente na Ásia.
O grupo de tecnologia agora focará em assinar mais acordos nas regiões que concentram seus centros de processamento de dados e outras operações significativas, de acordo com Gary Demasi, diretor de energia e infraestrutura global do Google.
“Temos que acompanhar o crescimento, mas também precisamos evoluir para além deste marco importante para o Google, de modo a sermos capazes de desenvolver projetos de energia renovável em cada mercado em que operamos”, afirmou.
O Google assinou o primeiro contrato de energia renovável de longo prazo em 2010 e, desde então, fechou outros 19 acordos similares, disse Demasi.
O foco em energias renováveis também pode ajudar os esforços da empresa para expandir os negócios de computação em nuvem, num momento em que alguns clientes em potencial parecem estar levar a sério o impacto ambiental de grandes centrais de dados.
Embora o anúncio nesta terça-feira contemple apenas o Google, a empresa responde pela maior parte do consumo de energia da Alphabet, disse Demasi.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Geração de energia por consumidores cresce 400% em 1 ano

Painéis solares usados para geração de energia em residência de Brasília (Foto: Laís Lis/G1)
Painéis solares usados para geração de energia em residência de Brasília (Foto: Laís Lis/G1)
O número de consumidores que geram a própria energia elétrica cresceu quase 400% no último ano. De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em setembro de 2016 eles eram 5.525. No mesmo mês do ano passado, eram 1.155. Em setembro de 2014, apenas 293 consumidores geravam a própria energia.
A Aneel estima que o mercado vai continuar a crescer e, até 2024, o Brasil deverá ter 1,2 milhão de unidades produzindo eletricidade.
O sistema de mini e microgeração distribuída permite que qualquer pessoa gere energia para consumo próprio. Se houver excedente, ele pode ser jogado na rede da distribuidora, que funciona neste caso como uma bateria. Quando o consumidor precisar usar a energia da concessionária, ela será descontada desse crédito.
O consumidor tem até 60 meses para “gastar” o excedente. E é permitido descontar dele a energia consumida em outro imóvel, desde que esteja no nome da mesma pessoa.
O aumento da mini e microgeração, porém, acendeu um alerta nas distribuidoras de energia que reclamam que esses consumidores utilizam suas redes sem pagar por isso. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Distribuidoras de Energia Elétrica (Abradee), Nelson Leite, o impacto hoje é pouco significativo mas, se esse tipo de geração continuar a crescer, a receita dessas empresas pode ser prejudicada.
“Da forma como está hoje, o consumidor que instala uma microgeração não paga pelo uso da rede e deixa um ônus para os outros consumidores e para as distribuidoras”, afirma.
Leite afirmou que as concessionárias esperam que a Aneel regulamente o decreto 8.828, que permite a cobrança da chamada tarifa binômia para os consumidores de baixa tensão. Essa tarifa permite separar o custo da eletricidade do custo pelo uso da rede de distribuição, chamado “custo fio”.
A Aneel informou, no entanto, que ainda não há previsão para a regulamentação da tarifa binômia. Ainda de acordo com a agência, qualquer mudança só será feita em cinco anos e, caso a tarifa pelo uso da rede de distribuição seja implantada, não poderá valer para quem já tem o sistema de microgeração instalado.
Microgeração solar
A geração solar é a mais popular entre os consumidores que optaram pela microgeração distribuída. Das 5.525 conexões, 5.437 são desse tipo. Do restante, 40 são por eólica, 26 por biogás, 15 solar/eólica, cinco hidráulica e duas por biomassa. Segundo a Aneel, 78% dessas conexões estão instaladas em residências. Juntas, elas tem potência de 51.821 quilowatts (kW).
Para o sócio da empresa Smartly Mateus de Sordi, o investimento em um sistema de geração de energia solar não compensa para qualquer pessoa. Segundo ele, é preciso ter um consumo mensal alto, equivalente a uma conta de luz de mais de R$ 500. Isso porque, além da compra do sistema, o consumidor continua pagando a tarifa mínima – em Brasília, por exemplo, ela é de R$ 55.
“Temos clientes que pagaram R$ 6 mil de energia e hoje pagam próximo ao mínimo. Para esses clientes, compensa muito. Para um projeto pequeno, o tempo de retorno é de oito anos. Para projetos maiores, é de cinco anos”, afirmou.
Segundo Sordi, um projeto de geração solar para um consumo de energia de cerca de R$ 1.000 mensais custa aproximadamente R$ 70 mil. Além de contratar a empresa que instalará as placas, o consumidor tem que pedir autorização para a concessionária de energia. Pelas regras atuais, as concessionárias têm 34 dias para atender à solicitação.
Como gerar energia solar?
Para quem se interessar em gerar a própria energia, o primeiro passo é contatar uma empresa para fazer um estudo sobre a viabilidade do sistema. A eficiência dos painéis solares depende de fatores como a região e da posição do telhado. Esses fatores interferem no tempo que o consumidor vai levar para “recuperar” o investimento.
Em geral o tempo médio é de 8 anos, mas em regiões mais ensolaradas – e onde o custo da energia é mais caro – esse tempo cai para 5 ou 6 anos, segundo informações da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica).
Para 2023, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) estima que 12% do consumo será atendido por meio da autoprodução de energia solar.
Hoje, em 21 estados e no Distrito Federal, quem gera energia e usa a rede da distribuidora para guardar o excedente não paga ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). Entretanto, essa cobrança é feita em Santa Catarina, Amazonas, Paraná, Espírito Santo e Amapá. A isenção do imposto foi articulada pelo governo e entidades do setor elétrico para tornar a microgeração mais barata.
Fonte: G1